terça-feira, 29 de setembro de 2009

os passaros

mataram as Mulheres Sábias, mataram-nas, como se elas fossem um vírus que nos fazia perder a Razão.

Dantes considerava-me sábia... terei morrido ou perdido a razão?

De Esparta chegarão as dádivas ( II )

Não achei justo, ter logo no inicio um post com um nome, que faz uma menção honrosa, ao não menos honrado Al Berto e depois ter algo tão vazio de conteúdo, fruto da insanidade de três pessoas, que escoavam a raiva de um seminário frustrado, em videos do youtube.

É grave quando me lembro com frequência dele, do MEDO, é sinal que ando a pensar demais, porque o medo tem dessas coisas e por isso tenho de recorrer ao meu bloqueador psicológico do medo, o ditado Tibetano - não te preocupes com algo que ainda não aconteceu, e quando acontecer já não terás de te preocupar - era fácil, não fosse o problema de pessoas como eu, levarem demasiado a sério, as questões de honra.

de Esparta chegarão as dádivas
os esbeltos e velocíssimos galgos
a exactidão musical de um perfil talhado na pedra sonora
duma ilha... conheceremos a solidão
e a indiferença cruel dos deuses
sua inquietante sonolência de ambrósia e musgo
os oráculos aconselham a ingerir
uma mistura de leite coalhado com sangue de poldro
para afastar o receio e as víboras

...

Al Berto , Tentativas para um regresso à terra (3) in O medo

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Conflitos universais

Ir, voltar, não pertencer a lugar nenhum, e sentir que todos os momentos se perdem no presente, e nem as recordações restam depois.
São raízes de uma memória longinqua, pedem-nos para crescermos, mas depois tentam castrar-nos o futuro. sente-se demasiado peso, demasiada culpa pela ausência.

Não é possivel viver assim, nessa angustia de estar sempre longe de algo.
Não se pode viver quando os objectivos que nos confrontam apesar de dizerem algo, são precisamente o contrário.

Falta aqui algo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

SOLARIS e o peso das ideias

"E a Morte Perderá o seu Domínio" Dylan Thomas


E a morte perderá o seu domínio.
Nus, os homens mortos irão confundir-se
com o homem no vento e na lua do poente;
quando, descarnados e limpos, desaparecerem os ossos
hão-de nos seus braços e pés brilhar as estrelas.
Mesmo que se tornem loucos permanecerá o espírito lúcido;
mesmo que sejam submersos pelo mar, eles hão-de ressurgir;
mesmo que os amantes se percam, continuará o amor;
e a morte perderá o seu domínio.



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Construções

Cheirava a primavera, um cheiro condensado e que ela dizia feliz (cheiro de relva cortada na verdade).
Ela, que se embrenhava frequentemente em leituras de países longíquos, que não se atrevia sequer a procurar no mapa, com medo que perdessem aquela aura mística que os anunciava. Julgava também ela ser a deusa coroada de alguém, depois de o ler algures, enfim era uma criança vulgar, separada apenas das outras crianças vulgares por um mundo de livros que lhe permitiam fazer aquelas viagens surreais, que mesmo o dinheiro todo do mundo, não podia comprar, porque ainda não existem máquinas do tempo.
Talvez ela daqui a uns anos, se lembre e construa uma.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Coisas e Loisas (conto número I)

Sociedades... desde cedo ela havia sido embuída no espiríto comunitário, de alguém submetido a regras. Logo não se admirou, com o sentimento com a qual a observavam sempre que se deslocava à falésia e olhava para o ponto, onde aqueles dois azuis tão diferentes se encontravam. Apesar disso, para ela o mediterrâneo será sempre verde, mas isso agora não interessa.

Toda as pessoas se haviam mentalizado, que ela já não gostava dele, quando no fundo ela havia sido obrigada a não gostar, porque não se gosta de algo assim, era desumano um amor assim... o que eles não sabem. É que é naquele ponto, naquela junção de azuis, que tudo lhe dói menos, que precisamente se sentia longe desse não sentir.

começa agora a história de Cassandra, profeta, que ainda não sabe, que não é profeta, simplesmente consegue ouvir aquilo que os deuses no seu tédio imortal, susurram.