quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

o umbigo do mundo





O umbigo do mundo é lá muito longe, onde ninguém consegue chegar.
Tenho um cão mágico, daqueles que saem de histórias de feijões gigantes, fadas pequenas e irrequietas, princesas cor de rosa e principes que caçam coelhos com espingardas de algodão doce.

No olho esquerdo o meu cão tem um planeta chamado E3XAA22 (nome técnico ) conhecido por nós humanos como Pagã devido à lua que gravita na sua atmosfera. Essa lua foi descoberta em há 5 anos atrás, por um observador curioso enquanto abraçava toda a galáxia chamada Cat.

Passeio-me muitas vezes por ela também eu, e também eu descubro coisas novas a cada dia que passa, no outro dia tropeçei num buraco negro infinito, quem o conseguir atravessar, é capaz de chegar a um país de palmeiras e chás, dizem os anciãos que se chama Inbrya, como sofro de claustrofobia ainda não entrei no dito portal. Ele continua lá à minha espera, diariamente espiralado, a pedir-me um passo de coragem, porque também eu sou "valente".

Logo ao lado desse portal os comuns mortais acham muita piada à mancha negra da pelagem, coitados dos que não conseguem ver a verdade... essa mancha é um país, um micro país, com micro pessoas, micro casas, miscro cosmos. É onde tudo começa, é onde tudo acaba.

O universo cat está em mutação constante... mas a maior magia dele, é fazer-me feliz, porque todos os dias me ensina a existir.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

garrafas baças

Colecciono garrafas, tenho 5, estimadas, acarinhadas, especiais para mim, e não sou capaz de me desfazer de qualquer uma delas, logo posso considerar estas 5 garrafas uma colecção.

Eu própria me sinto uma garrafa ás vezes, retenho em mim demasiadas coisas e quando elas transbordam não há arca de Noé que salve o mundo.

As pessoas não deviam ser acumuladores de palavras, as palavras podem doer tanto, a falta delas pode doer ainda mais, quando estou assim, é quando tenho um milhão de informações que preciso atirar cá para fora e não consigo só consigo estar calada, acumular e magoar.

Ultimamente é só isso que tenho feito, estar dorida, de tanta palavra acumulada... porque de uma vez por todas, não percebo o que isto é. Não te sei ler, porque também tu és um acumulador de palavras nato.

Não posso ficar angustiada com coisas que me magoam e fazem questão de me magoar, porque é quase Natal e eu já vivi isto uma vez.

J.B.S


fantasmas presos em teias meticulosamente tecidas por aracne, não dão paz, não trazem sossego.

Manhãs anunciadas ao teu lado, graças as três graças do Rubens que me acalmam.

Um sátiro enérgico que as agarra e elas mortas de desejo, orgulhosamente se transformam em árvores.

Bruno Munari

Já o dizia ele " A preguiça é o motor do progresso".

Como ultimamente tenho muita, mas muito pouco tempo para a aproveitar ... puf a criatividade foi-se.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

SISTMIR-MIRANDELA: UM ANO DE EXECUÇÃO DO PROJECTO SISTMIR | PATRIMÓ...

SISTMIR-MIRANDELA: UM ANO DE EXECUÇÃO DO PROJECTO SISTMIR | PATRIMÓ...: "

Parabéns à equipa pelo trabalho, dedicação e por publicarem e divulgarem o melhor do nosso concelho...
O património que fala acima de tudo da memória colectiva, muitas vezes esquecida. Estamos numa região negligenciada, com poucos investimentos, com poucos recursos.
Obrigada ao Sistmir por, do pouco fazer muito...

Joana

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Acordar

Acordou e estava muda, pensou tratar-se de um pequeno colapso cerebral provocado pelo sono, ainda demasiado presente naquela cama quente, mas quando ele proferiu o trivial "bom dia" e ela lhe quis retorquir só conseguiu susurrar umas palavras que nem ela própria compreendia... estava a pensar em Português, mas falava numa língua desconhecida que não conseguia perceber.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Boas novas

Meio comprimido a menos, que se junta ao meio comprimido a menos e dão uma consciência inteira a mais.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010




Lagos, lagoas, onda grande e mar calmo.
Pata pata pata pom... formigas loucas, enérgicas, sedentas de sexo.
Luz sol, Eu, Poseidon.
Temos que ser livres, loucos.

domingo, 25 de julho de 2010

Vale?

Há muita coisa com a qual me questiono; but: if you fight the system, you are the system, e não é uma coisa com a qual queira viver.

Queria-te explicar verdadeiramente coisas, mas ás vezes penso que não estás interessado, por estares revoltado e desapontado.
Há duas soluções: ou te integras, sofres um bocado com isso e depois tornas-te imune a toda a estupidez que te rodeia, e acredita que ainda encontras pessoas que te surpreendem. E esta hipótese permite-te não lutar, simplesmente piratear.
Ou aceitas que este não é o teu sítio e partes em busca de algo, alguém, com o qual possas viver toda essa simplicidade que acarretas dentro de ti.

A simplicidade é fodida, porque nos atraiçoa muitas vezes.

Só gostava que esse desapontamento comigo, fosse entendido como a única maneira que eu arranjei para sobreviver, a minha missão aqui é com a pessoa mais importante da minha vida e tenho de estar à tona por ela, para que o mundo dela não desabe. não estou neste mundo por mim, e sou feliz por descobrir a minha incumbência.
Tens de começar a acreditar em ti, e deixar de teorizar e passar à práctica.

Beijo és importante, sempre serás e fizeste-me sempre acreditar em mim, logo não posso deixar que deixes de acreditar em ti e nas pessoas dessa maneira. sinto-te enlouquecer, e falo-te como irmã, como amiga, como alguém já partilhou muito contigo.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Prenda adiantada


Obrigada mamã por ser a minha parede mestra, e por orientares os meus passos em vez de os tentares instaurar.
Beijo

quarta-feira, 14 de julho de 2010

full power


Estou aqui com uma missão não pessoal, quando sentir que está feito... irei partir.

Paisagens que nos ditam II




Passeios, devaneios, togas, processos, ciganos, melika, beijos, burros, super torrada, cartolinha, estação, partidas, chegadas, tios ilustres que falam muito. Riso muito riso, Miranda é assim.

"A puta tem o telemóvel desligado".

terça-feira, 13 de julho de 2010

Directrizes

Lisboa, plano de fundo Igreja de São Vicente, Mangas, Pêssegos, Ameixas... e uma enorme paz interior.
O tempo não para. Nunca para.

Meio comprimido a menos, meia consciência a mais. :) BIG SMILE

segunda-feira, 12 de julho de 2010

TOP SECRET

B J S N 4 H F AO S T.
MISSÃO PROFÉTICA
SALVAR ALMAS MUNDANAS

Rituais

Todos os dias o ritual é o mesmo, despe-se, avalia-se, pesa-se, lava os dentes e fala consigo. Toda a mecância do acto premeditado de dormir está envolta nessa magia do não pensar, apenas agir.
Não pensar é a forma que as pessoas ditas normais arranjaram para ela não sofrer, porque quem pensa demais também sofre em demasia.

Hoje ao soltar o cabelo, a consciência dela ou a alma metafisíca ficou retida na imagem do espelho, e era agora observada por ele, que habitava agora o corpo dela. Ao vê-la naquele reflexo, feliz, leve, com a luz com que a conhecera, o seu pensamento imediato foi achar que ralmente lhe tinha roubado algo, e arrependeu-se ali de ter fugido de algo que ele próprio criara.
Tinha muito para lhe dizer e só conseguia sorrir timidamente num concerto que ainda não acontecera.
O reflexo soube vivo o amor com que o conhecera, não era preciso falar.
A culpa não era de nenhum, apenas existem almas grandes demais para se confinarem àquele degredo.
Quando Cassandra voltou a si, escreveu no espelho da casa de banho "não vou ao concerto de amanhã!"

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Já tenho net II

Afinal, não se trata nem de um ninja, nem de um assassino de péssimo calibre, mas sim de um espião russo. Mudou a hora e a estratégia só para confundir os verdadeiros ninjas, agora é às 15h e compra também garrafas de água e sumos de outra espécie.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

já tenho net

Conheci há pouco tempo um personagem de difícil leitura, não me deixa adivinhar a sua vocação, mas analisando probabilidades, ou se trata de um ninja de alto nível, ou um assassino em série mediano, ou vice-versa, ou ainda no culminar das hipóteses um ninja assassino...
A verdade é só uma, se o quiserem encontrar tem um mercedes preto, e bebe um Ice tea de manga todos os dias às 17h que compra meticulosamente no Tupali (nome exótico, que tem uma história para contar outro dia, hoje não tive a honra).
Desafio toda a gente que ler isto (as duas pessoas talvez), a descobrirem mais sobre esse homem, ou então deixar que o mito perdure.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

acerca das pessoas

Há os que têm tudo, e decidem nada querer. (é válido)
Há os que nada têm, e desejam tudo. (é válido)
Há os que não tiveram tudo, mas também não lhes faltou nada, e estão no limbo. (acho que sou eu e não sei se é válido)
Há os que tudo têm e querem ter mais. (esses são os pobres de espiríto por quem o mundo se sacrifica)

utopia

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Bibliotecas...

É muito estranho para mim estar numa biblioteca, porque não gosto de estar calada quando me apetece conversar, porque me apetece espirrar e sinto-me a invadir o espaço de alguém, porque odeio pilhas de livros desordenadas à minha volta, porque me sinto desconcentrada, por estar tão pressionada (estou na dúvida se será pressionada ou precionada) a estar concentrada, porque me sinto desconfortável sempre na mesma posição, porque sinto que o menino da minha frente está a avaliar a minha inteligência pelos livros que fui buscar, e porque não tenho um isqueiro (pois não fumo) e ele pediu-me um, e até é um gajo girito.

Entretanto descobri que dos 37 computadores pessoais aqui presentes, 23 são MAC e os restantes reles PC's...
Descobri muitas mais coisas, mas seria inútil escrevê-las, porque seriam a prova imutável que o meu trabalho não está a andar para a frente.

Quando vou a sítios destes, lembro-me de tudo o que tinha de fazer no computador que envolveria música, e é também aqui que descubro que afinal os phones brancos que tanto recriminei me dariam muito jeito agora...

Penso em muitas pessoas, penso em muitas situações tristes, nostálgicas, felizes, hilariantes, penso na minha vida, e em como tenho tentado SER algo.
Penso numa amiga querida que voltou de muito longe, e apesar de continuar a uns 300km de mim a sinto aqui ao meu lado, e como é bom sabê-la perto, e as possibilidades de situações que isso poderá criar.
Penso a mil à hora, e escrevo a essa mesma velocidade, porque todas as palavras são poucas, quando se trata de viver.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Depois da primeira...

... vem o plano b da musica.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Proposta para o novo milenio.

É assustador, não sabermos onde o mundo vai parar, porque ser criativo é isso... ver para além disto, ter a certeza que não vamos parar aqui e tentar conceber o mundo daqui a algum tempo, mesmo que seja a curto prazo.
Ser criativo é por vezes sentir aquele medo, por achar "e agora??? se isto já existe, já foi inventado tudo", porque ser criativo é no fundo, necessitarmos de algo constantemente, e por isso tentarmos imaginar algo que possa preencher lacunas no nosso dia a dia.

Ser criativo é nunca estar contente, e nunca estar parado. se bem que "a preguiça é o motor do progresso"(bruno munari).

Mas isto tudo não é para falar de criatividade, e sim para dizer que o próximo passo da humanidade será a poligamia assumida, o que é aterrador, mas se formos ver, o facebook já é uma pre-concepção desse mundo novo, e o pior de tudo é que, o ser humano está a perder uma das maiores qualidades do acto de viver, que é a frontalidade e a conversa "olhada", estamos tão embrenhados em conversas cibernéticas, que gaguejamos quando temos de lidar pessoalmente com algo.

E hoje em dia é isso estamos todos interligado numa rede mundana, que só nos vai levar para muito longe daquilo que é viver.

E com isto acabo dizendo, que prefiro viver no mundo das conversas sentidas, no mundo das reacções imediatas.

domingo, 18 de abril de 2010

cartas e saberes (cassandra conto II)

Escrevera-a dois anos antes. Naquele momento quando a releu, sentiu aquele arrepio lento e frio de uma maldição, era o passado, que neste presente abria uma porta para o futuro, traçando-o como se de um triste fado se tratasse.
Escrever, sabia-o ela, era a única forma possível no mundo, para sacralizar algo e também paradoxalmente o exorcizar. Aquela carta era a materialização imutável de um minuto de vida que a iria marcar indelevelmente nos 70 anos que a seguiriam. Pois foi naquele minuto, que descobriu que apenas aspirava a uma felicidade contida... medida, e só esta seria possível.
Descobriu que sempre que foi plenamente feliz, as coisas tendencialmente já não seriam maiores que aquilo e era naquele preciso momento que se começava a preocupar com o pior e a deixar de viver o presente, por sofrer com o futuro antecipado, que ela e apenas ela traçara.

Esta Felicidade plena, tinha sempre um sabor de condenação.

Era feliz apenas por ela e para ela.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Carlos Drummond de Andrade

Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.

a única de jeito deste grupo esquisito



The Phenomenal Handclap Band

Momento

Grande filme, não há comentários possíveis a tecer, grande actriz, imortalizada pelos mestres do cinema, e acima de tudo uma das melhores bandas sonoras de sempre.
Esta música é única, e o momento em que surgiu na minha vida não poderia ter feito mais sentido.
Deixo aqui a Prima Donna do cinema Italiano, ao som do não menos magistral Ennio Morricone.

terça-feira, 30 de março de 2010

encontrei isto hoje... mas fui eu que escrevi

Respiro, logo existo...
somos momentos efémeros captados entre muitos, aqui e ali por alguém e por ninguém. Num curto espaço de tempo "somos", são sinais, são Olhares, olhares sem medo, olhares que falam.
Imagem reflectida nesses espelhos da alma, que finalmente nos permitem ver com clarividência o que somos, o porquê de o sermos, e a célebre pergunta para onde iremos??

terça-feira, 9 de março de 2010

diário de uma vitória... a vitória do dia

Para quem me conhece, sabe que cada vitória que se depara na minha vida é um sorriso que eu dou, e esta, em muitos dias foi a primeira que teve um sentido só meu, e faço questão de a partilhar.

As minhas vitórias trazem sempre a esperança que tudo melhore, porque temos tudo para melhorar. E hoje não pensei naquele trabalho teu que tanto me atormentava como algo mau, apenas como uma escolha tua, que quer corra bem, quer corra mal, estarei aqui para a receber e ter forças para te ajudar.

e agora as minhas duas musicas bloqueadoras de pensamentos negativos:



segunda-feira, 8 de março de 2010

um pé de cada vez


um pé de cada vez, uma pessoa aprende a andar... e depois vai haver o doce sabor das coisas recuperadas, que como já dizia o Paulo Coelho, é o mel mais doce que se pode provar

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sentir quando não se quer

ultimamente ando esgotada, talvez por isso não tenha sido a pessoa mais coerente do universo, talvez por isso não meça nada, porque não consigo pensar, quanto mais pensar com calma.
Tudo o que fiz na vida, foi até um certo grande ponto, um percurso errante, e dia após dia tu fizeste-me acreditar que podia ser algo, não sabíamos o que... mas a espera por esse algo torna-se exasperante.
Peço aos meus deuses e às minhas musas que te tragam a força que precisas para continuares a ser a minha estrela do norte por muitos e longos anos, porque me sinto muito mais completa só de te saber aqui...
e fica tanto por se dizer, a toda a hora... mas é só por te querer bem.
Um beijo ao amor incondicional

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sinais Divinos




A foto já tem algum tempo, é de uma Santa Clara Cartoon que há cá em casa, tem um telecomando na mão, porque dizem ser a padroeira da boa comunicação e está por isso em cima da TV, não vá o MEO dar de si e ficar eu sem os meus episódios de Viver a Vida... mas poderia ser uma prova digital de um milagre a comunicar ao Vaticano. A verdade é que acordei e havia esta ilustre projecção na minha parede, de início fiquei assustada, porque não lido bem com factos paranormais, mas depois o meu cepticismo veio ao de cima e lá concluí que era mesmo algo tão trivial como ter o sol a entrar-me pela sala adentro.

A menos que numa comunhão cósmica por parte dos Santos, fizesse sol nesse dia em vez de chuva, eu tivesse a janela aberta em vez da habitualmente fechada e a Tv fosse ao lado da janela, isto tudo só para eu voltar a acreditar.

Serei assim tão importante para eles?

Vistas Rotineiras




Coincidência ou não, lá em baixo é a Rua de São Bento, na Rua de cima alguém tem sempre a Amália a cantar, sinto-me fazer parte de um alegre filme Português dos anos 50, numa Lisboa tão tradicional como o resto do País. E é tão perto de casa este belo prazer.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ele há dias e dias

Dias felizes, dias tristes, dias de sorte, dias de sol e de chuva.
Há dias em que nos sentimos capazes de tudo, e de ver o universo na ponta do nosso nariz :).
Foi um bom dia, e devo reter as coisas boas dos dias bons. Desejava eu, que todos os dias tivessem um bocadinho desta foto.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

e depois...


... há os que procuram um sinal que os faça continuar, ás vezes acho que encontrei o meu, e talvez a coisa boa seja procurar outro caminho, outra maneira de ser feliz, que não esta.
Sempre que passo nesta fachada, sinto que se anunciam tempos difíceis e decisivos.

Mentira

Há coisas mais dramáticas que a mentira... por exemplo um pôr do sol apocalíptico, só porque nos marca tanto como ela.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O que quero ser quando for grande...

Quando era um pequeno ser minúsculo, ofereceram-me uma daquelas Bíblias para criança, não uma realista com os sinais do apocalipse, apenas uma com histórias reveladoras do poder do Senhor, a minha preferida era a do nascimento de Moisés e de como ele foi encontrado entre os juncos, por uma Rainha do Egipto... anos mais tarde, redescobri o Moisés, desta feita um homem já feito e incarnado pelo Padre Figueira, na Pastoral Juvenil Salesiana. É triste, mas o meu único verdadeiro momento Cristão foi nos Salesianos, e devo dizer que nessa altura era assumidamente feliz, popular, simples e útil.

Esta pequena incursão à minha infância e neste momento de tanta fé da minha vida, veio a propósito de algo que eu adorava ser... Condutora de Ambulâncias do INEM, isto porque mais que uma vocação, é um dom, e um acto de fé equivalente ao de Moisés.
Quem não está a perceber onde quero chegar, já se vai sentir um Homem iluminado!!!
Qual foi o acto mítico do profeta??? Afastar as águas com o cajado, quando o seu povo se deparou com elas, permitindo uma fuga rápida e eficaz.
O que fazem melhor as ambulâncias do INEM?? Afastar qualquer carro do seu caminho, melhor que isso, abrir uma faixa de rodagem no maior engarrafamento da cidade de Lisboa. Digam lá que não é milagre? E ainda por cima também eles por uma boa causa.
Se eu fosse condutora do Inem iria com toda a certeza, sentir-me uma profeta.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Porquê?

Tento sempre escrever, coisas que me assolam, mesmo que muito parvas, aliás normalmente é sobre as coisas parvas, que me questiono com maior frequência.

A questão de hoje tem a ver com o dia de ontém.
Porque é que eu, pessoa esmeradamente prática, que não abdica em situação alguma da sua mini mochila, ontém no MAM da Gulbenkian, fui barrada por um segurança e gentilmente convocada a ir colocar o dito saco costal no bengaleiro, e todas as minhas outras queridas colegas, com malas XXXL capazes de acartar com qualquer obra prima magistral, puderam seguir o seu caminho de malinha ao ombro?????
Em quem princípios se baseiam para distinguir sacos que podem entrar dos que são impedidos???
Quer-se dizer se eu em vez de trazer a "mochilinha" nas costas a trouxesse num só ombro, será que ela passaria indiferente ao olhar do agente de segurança?? Até entendia se fosse uma mochila de campismo... ahhhh e o melhor o que foi, o que foi????
Chuguei ao bengaleiro e deparo-me com outro senhor altamente qualificado para trabalhar num museu, que me diz : "A menina tem noção, que isto fecha as 18h?", o que provocou em mim uma grande confusão, por só serem 17h30, aquele senhor estava a sofrer por antecipação a última meia hora de trabalho dele. Um apelo ao governo, empreguem os Historiadores e afins desempregados, pode ser que trabalhem com mais brio.
Não percebo o que se passa nos museus portugueses, mas não pode ser algo bom e o MAM nesse aspecto fica muito aquém das expectativas, quando tinha tudo a jogar a seu favor pra ser uma instituição brilhante.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O que pensarão eles Parte II

Os deuses do Porto... esses desejam um banho, e um dia de sol que lhes dê cor

O nosso Barroco


Sou suspeita quando falo de Barroco, porque de facto gosto dele, se há dois anos me perguntassem o que gostava mais na área da História da Arte diria a época contemporânea, efectivamente gosto dela mas não das artes plásticas.
Da minha história da arte guardo antes um carinho especial para os teatrais Barroco e Rococo. Talvez por ter sido ainda uma das pupilas de um grande Senhor e da Senhora sua esposa. (Jaime e Natália - Os Doutores do Barroco na terra).
Mas se me perguntarem porque me apraz tanto olhar para um edifício, a única coisa que posso responder é que entre mim e o Barroco há uma química, um edifício destes não existe para mim só no presente, na forma como me é apresentado... a magia de tudo reside no facto de olhar para ele e ser capaz de o desconstruir e, pensar em tudo o que nele se terá passado, desde as festas, aos passeios, às caçadas, aos empregados, aos marqueses.

Porque o Barroco no fundo é isso... Teatro da vida

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

E agora para desanuviar do post anterior



Relaxar ao som da "erva" das musicas.

High Society

Adoro a palavra demagogia, descreve muitas pessoas que cruzam no meu caminho, adoro acima de tudo quando alguém me dá razões para aplicar esta palavra numa conversa, devido à minha exímia educação, não posso sair por aí, a apelidar as pessoas de demagogas.
Demagogo é para mim o pior dos insultos, concentra numa só palavra vertentes tão diversas como o cinismo, a hipocrisia, a ilusão e a mentira.
No sábadp passado deparei-me com situações que não podia apagar da minha memória sem antes lhes prestar este digno tributo, ou antes esta digna crítica, para não ser mais agressiva de palavras.
Fui vitíma de uma incursão na alta sociedade e, cada vez tenho mais orgulho de ser quem sou e das minhas modestas origens, não há nada como sentir que a minha casa será sempre um porto seguro sem necessitar de aviso prévio para lá aportar, não há nada como poder tratar a minha mãe por tu, e ela mesmo assim ter a certeza que é a pessoa no mundo por quem terei sempre mais respeito e consideração.

Gosto de saber quem são os meus amigos, e os que não acrescentam nada á minha vida são excluídos com a mesma facilidade com que os recebi de braços abertos, gosto acima de tudo saber as linhas com que me cozo, são poucos, são bons e não os descreverei em tempo algum como abutres.(insulto este que terei de aplicar vezes sem conta na hora de descrever aquilo que observei).

Levei com uma dose de cinismo e de hipocrisia, numa escala tão brutal, que era capaz de matar um cavalo, claro está um cavalito qualquer de um pobre cigano qualquer, porque os lusitanos de sangue conseguem resistir a isso.

Senti-me defraudada, foram horas de raiva acumulada em que tive mesmo vontade de gritar com tudo o que deparava e estava a assistir, chorei imenso, porque nunca em situação alguma na minha vida me senti tão sozinha, nem em todas as horas de solidão com que sou confrontada diariamente, sábado fui assolada por uma solidão desconfortável, impotente, tão só que se tivesse morrido ali, seria tão indiferente áquelas pessoas como a morte de um mosquito.

O mais triste de tudo, foi dirigirem-se a mim, como se eu tivesse ali para mero objecto bajulador, coisa para a qual eu não nasci... Diplomacia. E daí segundo o meu raciocínio que foi pensar, na educação que os meus pais me deram cheia de brio e amor, ter chegado à conclusão que não tenho paciêcia para certas merdas, nem tão pouco para levar coisas entaladas para casa, e ter chamado a "rica" em questão de parte, coisa que só por si já é um escândalo (tentar afrontar alguém com uma conta bancária superior à nossa umas cem mil vezes), e dar-lhe um pequeno recado de como se dirigir a mim, quando o quiser fazer...

Continuem no vosso mundo de fantasia, só espero que nunca tenham de cair do pedestal, porque não vão sobreviver, quando descobrirem o que é viver.

Ps. Estas pessoas que vivem num submundo (só pode), porque eu nunca tinha cruzado com elas a não ser em revistas e mesmo assim achava que era um mundo inventado, tratam-se todos por você, desde a mais perfeita e inocente criança, ao velho mais nojento e deplorável, só não percebo maridos e mulheres que se chamam dessa forma também, será que na hora do desejo, elas gritam "Bernardo venha-me ao cu"?????

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ai a minha cabeçita

Acontece-me ultimamente, algo que eu só justifico devido ao cansaço... perco coisas com uma frequência assídua, e depois a primeira coisa que me ocorre quando me lembro de as procurar, é... "vou mandar um toque".

Música do dia, no chuveiro



Acho curioso o cruzar das linhas dos aviões logo nos primeiros segundos do vídeo, naquela dimensão muitos caminhos se cruzaram e seguiram sentidos opostos... Quantas vezes já teremos cruzado com alguém e seguido, e passado algum tempo essas pessoas fazem sentido na nossa vida?

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Artefactos

Há coisas que o destino se encarrega de pôr nas nossas mãos, uma delas foi esta garrafa, que acho curiosa. E é excelente para quem não sabe fotografar.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

De que falarão eles

(foto by xico)

Em passeios ou obrigações diárias, vagueamos por ruas, becos e ruelas, e como em tudo que nos é compulsório passamos por tantas coisas indiferentemente. Por vezes nem é por desejarmos, mas porque se encontram a uma distância que não nos permite admirar a sua magnitude, a sua imponência e a dignidade dos seus pormenores.
Em todas as épocas e culturas, existiu a consciência do valor artistico, este é aquele que na minha opinião se evidencia na sua configuração visível ou como vulgarmente se diz, na sua forma, e que está mais ou menos em relação com a importância atribuída à experiência do real, do visível, penso que a sociedade hoje em dia, anda embuída em tanto trabalho, que perdeu a noção do valor artistíco e patrimonial de tudo o que a rodeia, estará a nossa sociedade a ficar cega?? Estaremos nós adormecidos?

O que pensarão as musas que povoam as fachadas de Lisboa, o que pensarão os heróis românticos que as galanteiam?
Que conversarão eles nas suas horas de tédio imortal? Das roupas da moda, das traições a que assitem, dos namoros que começam, dos ladõres do Eléctrico 15. Será que falam da sua revolta, sim porque a musas, os heróis e os deuses odeiam ser ignorados. Depois de séculos no Olimpo, de batalhas Épicas, de causas nobres, conquistas escritas nos autos da história, estão confinados a edifícios, esta é a realidade dos deuses do século XXI , volumptuosas formas de pedra, fatigadas da ignorância alheia.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Definição de Joanuxa by benz

Essa miúda é uma fogueira
Que te acende as noites em qualquer lugar
E tu desejas arder com ela
Enquanto bebes o perfume
Que ela deita nos seus trapos de cor
Para te embriagar

Essa miúda é um exagero
Diz que sem ti não sabe voar
Mas tu adoras voar com ela
Enquanto inventas espaços novos
Ela vai arquitetando uma teia
P´ra te aconchegar

Essa miúda faz-te acreditar
Que o sol é um presente
Que a aurora trás
Principalmente p´ra ti

Essa miúda é uma feiticeira
Prende-te a mente e põe-se a falar
E tu bem tentas compreende-la
Mas o que sai da sua boca
Não parece condizer com o que ela
Te diz com o olhar

Essa miúda faz-te acreditar
Que o sol é um presente
Que a aurora trás
Principalmente p´ra ti

Jorge Palma - O Grande

bella dona

Che cos'è l'amor
chiedilo al vento
che sferza il suo lamento sulla ghiaia
del viale del tramonto
all' amaca gelata
che ha perso il suo gazebo
guaire alla stagione andata all'ombra
del lampione san soucì

tu

és o meu sistema operativo sem bugs...

sábado, 23 de janeiro de 2010

Malibu

Era um avião, daqueles que voam bem alto, elevada nos pés do papy, isso no tempo em que ele parecia um gigante, capaz de pegar em tudo, apetece-me escrever sempre sobre a infância, mau sinal este, quando recordamos os actos simplórios que nos fazem sorrir mesmo a uma distância tão fincada de tempo, é sinal que estamos a crescer, e a deixar de ser felizes.

Afinal o que é a felicidade? Fala-se tanto dela, fala-se muito de tudo na verdade, coisas tão subjectivas, ou objectivas por vezes, eu acho que a felicidade somos nós, não se trata do "caminho" como dizem os ditados Hindus ou Tibetanos, não se trata também de um estado de espiríto, a alegria essa sim é um estado de espiríto, a felicidade apenas aspira a algo mais eterno e constante, por isso todos a procuram, talvez por isso alguns digam que é o caminho, será ela apenas as alegrias que se vão deparando na diáspora?

A felicidade serei eu? o existir, ser parte da alegria de alguém? Então nou sou feliz, nem serei felicidade, porque não sinto que alguém me precise.

Para mim trata-se apenas de uma utopia locacional, sonho com um sítio sossegado e uma vida pacata, sem grandes sofisticações , com muita natureza, com muito mar e verde. A minha noção de felicidade, resume-se aos anúncios da bebida Malibu. É isso que aspiro atingir.
Felicidade é simplicidade

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Paisagens que nos ditam



Se bem que na mitologia grega, a oliveira apareça associada à longevidade e esperança, à vitória, à força e à fidelidade, actualmente, sobretudo se aparece sob a forma de um ramo no bico de uma pomba, é como símbolo da paz que impera no nosso imaginário.
Serão os transmontanos um reflexo da sua paisagem??


Minha Mirandela


Saudades de casa, e de tudo ser assim tão simples

Falta de inspiração

(esta é a baleia cá de casa e chama-se de seu nome Olívia).

E de repente sugaram-me as palavras.
Quando Olívia se sente infeliz, lembra-se de um episódio na escolinha, de um coro, do qual ela participava, cantavam o hino da alegria, a mãe dela adora o hino da alegria, lembra-se de todos os pais de braços abertos, e de todas as crianças correrem para eles no fim da canção, e os pés dela ficarem paralizados, e ela não se mexeu, e o olhar triste da sua mãe a chamá-la...
Acho que foi nesse dia que ela começou a perceber que não era igual aos outros, que sentia para lá do óbvio. Só ainda não percebeu na cabeça dela, se esse episódio aconteceu, ou não terá passado de um sonho, e falta-lhe a coragem para perguntar à mãe, porque normalmente a mãe não liga a essas coisas, ou simplesmente a vida não lhe deu a oportunidade de reter as coisas más.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ano que começa mal... só pode acabar melhor

Homero invocou inúmeras vezes as Musas, divindades inspiradoras, eu acredito noutra coisa, Acredito no dom da palavra de alguém que apenas escreve o que vê, mesmo que sejam memórias distantes, Garcia Marquez. É a ele que peço forças, nem que seja só para tentar, porque também as memórias dele, fazem parte das minhas.