sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Frasco de Vidro


(image via: http://audreyhepburncomplex.tumblr.com/)

O telefone tocou, ela olhou a medo para ele, não conhecia o número, normalmente finge que não o ouve, mas hoje não. Hoje atendeu a chamada com alguma segurança "Estou sim" disse num tom timido, e do outro lado ouviu-se "estás-me a ouvir?", inicialmente a voz pareceu-lhe distante, mas confortavelmente conhecida... foi então que que se lembrou com toda a certeza e nitidez daquela meiguisse lá no fundo daquela voz envergonhada.

Dias antes, ela havia sonhado com ele, um contexto banal, mas daqueles sonhos que se sente o respirar, o calor os tiques de uma pessoa, daqueles sonhos que pairam à nossa frente nitidos, mesmo depois de acordar. No sonho ele insistia que precisava falar urgentemente com ela, e assim foi, apenas estiveram frente a frente como se ele precisasse muito dela ali naquele momento. Nesse dia ela escreveu-lhe uma mensagem "Hoje sonhei contigo, tas bem? Beijo grande", disse-lho porque era raro lembrar-se dele e achou estranha aquela visão.
Não esperou uma resposta, nunca espera, mas ele ligou... para dizer que tinha tremido com a mensagem dela, porque nessa noite, tinha passado mal no hospital e tinha desejado mais que tudo ter alguém que se preocupasse ali com ele... Estranha ligação piscológica, pensou ela.

Por momentos vieram-lhe tantas coisas à cabeça, segundos que se transformaram em meses de vida, e claro que inerente a esses segundos, percederam-se segundos de silêncio na conversa.
Tiveram uma conversa normal, sobre o melhor que lhes acontecia diariamente, e soou a tão pouco, soou a tão falso, porque verdadeira essência dessa conversa não estava ali, quer dizer estava, fizeram em silêncio muitas perguntas um ao outro, daquelas que ambos querem saber, mas não têm coragem de perguntar. Ficou a promessa de um reencontro.

Quando desligou, tava feliz, verdadeiramente feliz, catarolava um Bossa Nova qualquer... e foi comprar um frasco de vidro, Que será o frasco de vidro das coisas boas. :)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Salão de Beleza

Hoje sonhei com uma pessoa, que me cantou isto uma vez, algures perto de uma praia. Foi muito estranho esse momento, mas espero que sejas assim outra vez, pois recordo esse episódio com alguma alegria. era bom que pudéssemos prender estes momentos.

Se ela se penteia eu não sei
Se ela usa maquilagem eu não sei
Se aquela mulher é vaidosa eu não sei
Eu não sei eu não sei
Vem você me dizer que vai a um salão de beleza
Fazer permanente massagem rinsagem
Reflexo e outras cositas más
Baby você naum precisa de um salão de beleza
Há menos beleza num salão de beleza
A sua beleza é bem maior do que qualquer beleza de qualquer salão
Mundo velho e decadente mundo
Ainda não aprendeu a admirar a beleza
A verdadeira beleza
A beleza que põe mesa
E que deita na cama
A beleza de quem come
A beleza de quem ama
A beleza do erro puro do engano da imperfeição
Belle belle como Linda Envangelista
Linda Linda como Isabelle Adjani

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

lobo solitario


as dez coisas que fazem alguém feliz...

please...



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

who is it

Pro Pedrito que tá longe :) VIVA o nosso VITALICO



His embrace : a fortress
it fuels me and places
a skeleton of trust
right beneath us
bone by bone
stone by stone

If you ask yourself
patiently
and carefully:
who is it?
who is it?

Who is it - that never lets you down?
Who is it - that gave you back your crown?
and the ornaments are
they're going around
now they're handing it over
they're handing it over
handing it over

Who is it - that never lets you down?
Who is it - that gave you back your crown?
and the ornaments are
they're going around
now -- they're handing it over
handing it over

He demands a closeness
we all have earned a lightness
carry my joy on the left
carry my pain on the right

If you ask yourself
now patiently
and carefully:
who is it?

Who is it - that never lets you down?
Who is it - that gave you back your crown?
and the ornaments are
they're going around
and I'm handing it over
handing it over
handing

Who is it - that never lets you down?
Who is it - that gave you back your crown?
and the ornaments are
they're going around
now I'm handing it over
handing it over

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

bloqueadores mentais

Concentra-te neles... na calma... no respirar.
apartamento na praça galiza... tenda no suodeste... escultura viva

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

e como hoje é sexta-feira 13 ...


(image via: http://audreyhepburncomplex.tumblr.com/)


... a pessoa em questão, sabe o porquê de uma mãozinha cheia de corações.

Punctum



Uma boa música, para uma boa banda sonora. Vive-se. Gosta-se ou não se gosta, esta foi amor ao primeiro ouvir. :)

Mary dedico-ta, acho que é a tua cara. se odiares diz-me.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Olha que coisa mais linda... mais cheia de graça.



É ela a menina que vem e que passa, num doce balanço a caminho do mar.
Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema, o seu balançado é mais que um poema, é a coisa mais linda que já vi passar.

É a vida

Lakshmi, deusa Hindu da felicidade, fortuna e beleza
Passamos o dia em frente ao computador.
Passamos metade da vida a estudar, para supostamente termos bases para trabalhar... e não aprendemos nada.
E não vivemos aquilo que nos faz bem, estamos demasiado cansados, para falar com as nossas esposas, maridos.
Mandamos os nossos filhos para a escola e actividades que lhes preencham o tempo, em que estamos a trabalhar, com estranhos... não os vemos crescer.
Quem será a nossa familia? ou o que será a nossa família? Um Bode Espiatório, que temos de ter, mas que não acariciamos, porque estamos demasiado cansados.
E um dia quando tivérmos tempo, será que eles ainda cá estão, será que ainda temos muito tempo para viver? Será que nos resta algum interesse?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Pois

Cintando duas eximias pensadoras que cruzaram na minha vida, arrisco-me a fazer este pequeno apontamento à palavra "pois".
Pois, ao que parece é uma palavra apenas existente no léxico português, e segundo alguns estrangeiros atentos e acima de tudo inteligentes, trata-se da palavra mais importante do vocabulário, deste país à beira mar plantado. Segundo estas pessoas socialmente activas, o pois é apresentado quase como um kit de sobrevivência, pois :), pode servir de mote de salvação em diversas situações, pela sua ambiguidade de sentidos, e por constituir o yin e o yang das palavras.

Alhos e sopas

Num pequeno frame, nesse pequeno espaço de tempo, lembro-me com uma clarividência notável, de algo distante e já perdido no baú das memórias... a sopa de alho da avó, é incrivel como há coisas que nos marcam quando temos seis anos, não a tive durante muito tempo, mas bastou, para fazer de mim a criança mais feliz e especial do mundo.

Tal como o sótão da minha antiga casa, a casa da minha avozinha era um território inexplorado, e ao contrário do sótão, era imensaaaa.
Essa pessoa, que tão pouco me deixou de legado falado, existiu para mim, como alguém que me fazia acreditar que eu era grande, e que podia fazer coisas de pessoas grandes.
Fazia-me os chás de cevada, que eu acreditava piamente ser café, tinha um avental, uma vassoura, um pote e tantas outras coisinhas feitas em tamanho xxs, só para mim.
Mas o melhor de tudo eram as sopas de alho, que não sei porque me sabem tão bem nestes dias de chuva, aquecem-me a alma e fazem tudo o resto parecer tão pouco importante, e acreditar novamente nos pequenos prazeres da vida.

Adoro-te onde quer que estejas

Ps: água a frever, pão saloio cortado em pequenas fatias fininhas, um dente de alho picado, sal, e o transmontano fio de azeite :). Chuva lá fora , casa quentinha cá dentro.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Dias de chuva

algo de bom vai acontecer, os positivos estão por perto...


domingo, 1 de novembro de 2009

pedidos implicitos

You


Não é necessário o esforço de encontrar uma palavra... tu falas por ti.

a minha alma partiu-se

A minha alma partiu-se como um vaso vazio.
Caiu pela escada excessivamente abaixo.
Caiu das mãos da criada descuidada.
Caiu, fez-se em mais pedaços do que havia loiça no vaso.

Asneira? Impossível? Sei lá!
Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.
Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.

Fiz barulho na queda como um vaso que se partia.
Os deuses que há debruçam-se do parapeito da escada.
E fitam os cacos que a criada deles fez de mim.

Não se zanguem com ela.
São tolerantes com ela.
O que era eu um vaso vazio?

Olham os cacos absurdamente conscientes,
Mas conscientes de si mesmos, não conscientes deles.

Olham e sorriem.
Sorriem tolerantes à criada involuntária.

Alastra a grande escadaria atapetada de estrelas.
Um caco brilha, virado do exterior lustroso, entre os astros.
A minha obra? A minha alma principal? A minha vida?
Um caco.
E os deuses olham-o especialmente, pois não sabem por que ficou ali.