segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Construções

Cheirava a primavera, um cheiro condensado e que ela dizia feliz (cheiro de relva cortada na verdade).
Ela, que se embrenhava frequentemente em leituras de países longíquos, que não se atrevia sequer a procurar no mapa, com medo que perdessem aquela aura mística que os anunciava. Julgava também ela ser a deusa coroada de alguém, depois de o ler algures, enfim era uma criança vulgar, separada apenas das outras crianças vulgares por um mundo de livros que lhe permitiam fazer aquelas viagens surreais, que mesmo o dinheiro todo do mundo, não podia comprar, porque ainda não existem máquinas do tempo.
Talvez ela daqui a uns anos, se lembre e construa uma.

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