Tal como o sótão da minha antiga casa, a casa da minha avozinha era um território inexplorado, e ao contrário do sótão, era imensaaaa.
Essa pessoa, que tão pouco me deixou de legado falado, existiu para mim, como alguém que me fazia acreditar que eu era grande, e que podia fazer coisas de pessoas grandes.
Fazia-me os chás de cevada, que eu acreditava piamente ser café, tinha um avental, uma vassoura, um pote e tantas outras coisinhas feitas em tamanho xxs, só para mim.
Mas o melhor de tudo eram as sopas de alho, que não sei porque me sabem tão bem nestes dias de chuva, aquecem-me a alma e fazem tudo o resto parecer tão pouco importante, e acreditar novamente nos pequenos prazeres da vida.
Adoro-te onde quer que estejas
Ps: água a frever, pão saloio cortado em pequenas fatias fininhas, um dente de alho picado, sal, e o transmontano fio de azeite :). Chuva lá fora , casa quentinha cá dentro.
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