segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

De que falarão eles

(foto by xico)

Em passeios ou obrigações diárias, vagueamos por ruas, becos e ruelas, e como em tudo que nos é compulsório passamos por tantas coisas indiferentemente. Por vezes nem é por desejarmos, mas porque se encontram a uma distância que não nos permite admirar a sua magnitude, a sua imponência e a dignidade dos seus pormenores.
Em todas as épocas e culturas, existiu a consciência do valor artistico, este é aquele que na minha opinião se evidencia na sua configuração visível ou como vulgarmente se diz, na sua forma, e que está mais ou menos em relação com a importância atribuída à experiência do real, do visível, penso que a sociedade hoje em dia, anda embuída em tanto trabalho, que perdeu a noção do valor artistíco e patrimonial de tudo o que a rodeia, estará a nossa sociedade a ficar cega?? Estaremos nós adormecidos?

O que pensarão as musas que povoam as fachadas de Lisboa, o que pensarão os heróis românticos que as galanteiam?
Que conversarão eles nas suas horas de tédio imortal? Das roupas da moda, das traições a que assitem, dos namoros que começam, dos ladõres do Eléctrico 15. Será que falam da sua revolta, sim porque a musas, os heróis e os deuses odeiam ser ignorados. Depois de séculos no Olimpo, de batalhas Épicas, de causas nobres, conquistas escritas nos autos da história, estão confinados a edifícios, esta é a realidade dos deuses do século XXI , volumptuosas formas de pedra, fatigadas da ignorância alheia.

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